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Chico César X Forró de "Plástico"

 Estamos em meio de uma grande polêmica. Recentemente, para ser mais exato, dia 12 de abril, nosso atual secretário, o músico Chico César, que ganhou notoriedade a cerca de 20 anos e já teve suas músicas gravadas por grandes artistas da MPB como Maria Bethânia, Daniela Mercury entre outros, deu uma declaração afirmando que como representante do governo do estado da Paraíba "O estado não pretende pagar duplas sertanejas, não pretende pagar forró de plástico." O "forró de plástico" como foi rotulado o forró que é feito hoje por bandas como Aviões do Forró, Garota Safada entre tantas por ai, é o que hoje domina o atual mercado do forró no nordeste. A declaração do nosso secretário de cultura esta dando gerando uma grande polêmica. Comentários nas redes sociais não param e ass pessoas estão divididas cada uma defendendo o seu ponto de vista, e hoje vou falar um pouco do meu.



Primeiro é engraçado ver um secretário de cultura rotulando música. Um cara com o discurso e pertencente a classe musical que o Chico César faz parte, não deveria rotular música e muito menos ter um discurso tão radical. Algo que me faz pensar em a uma espécie de "ditadura" musical. Não na forma de proibição mas sim de inibir qualquer tipo de música, banda ou estilo. Outro ponto que não consigo entender, são os fatores que levam alguém julgar o que é cultura e o que não é? Como se faz isso? Essa música é cultura, essa é de "plástico". Agora arte na forma de música é algo que vai passar por um processo de pré-conceito, na forma literal da palavra, e terá um alvará dado pelo governo do estado de que "esse nós pagamos". Pessoalmente eu esperava mais de um artista como o Chico César quanto a questão de julgar ou subjugar uma arte e rotulá-la mesmo que ela ao seu gosto pessoal seja ruim.

Segundo, vamos falar de cachê. Realmente temos valores exorbitantes sendo cobrados por bandas de forró. Porém existem dois fatores que fazem que uma banda cobre um preço pelo seu cachê: público e gente que pague. Olhando da ótica de um empresário: empresário paga o cachê a uma banda dentro de uma realidade aonde ele enxerga que vai ter lucro. Afinal de contas é esse o seu negócio, portanto a banda vale o quanto ela coloca de público em um show. Acho que todo artista independente do seu segmento sonha em poder um dia cantar para multidões e ganhar um cachê que ultrapasse as cifras dos 50, 100 mil reais. Ou vai me dizer que o senhor secretário não gostaria de cobrar um cachê desses por um show? Mas o mesmo secretário também fala que o estado esta defasado, que as verbas são bastante reduzidas pois os cofres públicos estão amarrotados em dívidas e não é cabível que uma cidade de 15 mil habitantes pague um cachê de 150 mil reais a uma banda de forró de plástico. Concordo senhor secretário, mas quanto que se paga por atrações como Maria Bethânia? Geraldo Azevedo? e vários outros artistas que foram citados pelo nosso pelo senhor em entrevistas como artistas "culturais"? Não estou comparando nem dizendo que é ruim ou bom, só estou falando de valores, sei que esses artistas não são baratos, portanto vamos equiparar as coisas e termos consciência na hora de falarmos em valores exorbitantes.

Terceiro ponto: mercado. Um dia, não me recordo aonde li ou ouvi, mas sei que aonde temos algo para oferecer e existe alguém para consumir temos um mercado. Então acho que independente do artista de que se fala, se o artista tem seu produto (música) atingindo uma quantidade "x" de pessoas, ele já faz parte de um mercado. Usando nosso secretário como exemplo quem não lembra nem nunca cantou "Mama África", "A Primeira Vista" grandes sucessos do mesmo? O senhor atingiu como artista o ápice de reconhecimento de causar inveja a muita banda de forró de "plástico"ou não. Com esse sucesso nosso secretário entrou no "famigerado" mercado, assinou contratos com uma gravadora, tocou em rádios, faturou o seu suado e merecido cachê. Eu tenho orgulho de dizer que sou do mesmo estado que Chico César. Um artista de quem não se tem o que se falar, aplaudido e gravado por muitos. Mas aposto que nessa época seu cachê subiu, que o senhor foi presença cativa em programas nacionais fazendo parte desse mercado. A fórmula é muito simples: o senhor era a "bola da vez", sua música chegou as pessoas e sua presença em rádios e TV dava audiência o que trazia renda para os veículos de comunicação. Essa era a contrapartida para todo aquele sucesso. Não adianta culpar todos os problemas que vários artistas enfrentam ao mercado. O mercado toca aquilo que as pessoas querem ouvir ou mostram aquilo que as pessoas querem ver. É um negócio  e como negócio tem que render. É um círculo vicioso:



Portanto, concordo em partes com Chico César. Acho que é de extrema importância termos investimentos na nossa cultura. Um povo sem cultura é um povo sem alma, sem vida. Sei que existem vários festivais culturais espalhados pelo interior do estado assim como artistas e que precisam de renovação, investimento e um olhar mais direcionado da mídia e das pessoas. Porém querer "enfiar" isso de garganta abaixo? Isso pode causar um efeito completamente contrário fazendo com que a população revolte-se e crie repulsa a todo e qualquer tipo de manifestação cultural. É igual a uma criança que você obriga a fazer algo a vida inteira e no dia que ela puder a primeira coisa que ela faz é deixar aquilo e nunca mais querer nem ouvir falar.  Secretário, vamos repensar melhor. Quer fazer um grande projeto cultural? Reúna-se com a secretária de educação, crie um projeto aonde as crianças da rede estadual e particular de ensino sejam levadas a conhecer de perto as manifestações culturais. A terem contato com a música, a pintura, o teatro e as artes em geral e desperte nelas o interesse por tudo que chamamos de cultura legítima do nosso povo, mas não aja de forma ditatorial e obrigue as pessoas a engolirem toda essa "cultura" de forma radical e imposta, já não basta o preconceito que o forró sofre lá fora? Até aqui? O senhor é muito melhor que isso!

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O Artista criando sua portunidade!

Sempre ouvi um discurso que repetia-se sempre entre os artistas em geral! "Eu só preciso de uma oportunidade", "O problema é que eu nunca tive uma oportunidade", "Poxa o cara é tão bom, só que nunca teve uma oportunidade", e esse discurso se repete milhões e milhões de vezes. Pessoalmente não nego nem tiro o método da chamada "pitada de sorte", que realmente existe, não se pode negar, mas isso existe em qualquer carreira de sucesso, a "sorte" ela sempre aparece em alguma etapa dessa caminhada, porém hoje com as ferramentas que temos colocar a culpa na falta de "oportunidade" é no mínimo comodismo.

Fazendo sua Oportunidade
                                                  

Com um bom planejamento e força de vontade hoje cria-se a oportunidade. Quando se fala de "oportunidade", temos que ter em mente que ela não significa encontrarmos alguém que invista um grande capital em nossa carreira, já vi muitos projetos de bandas começarem e não saírem do lugar, isso com grandes investimentos de capital como suporte, simplesmente não houve retorno do público. A verdadeira "oportunidade" é criarmos a possibilidade de sermos vistos. Nos aliarmos as várias ferramentas que hoje temos para mostrarmos o nosso trabalho e termos "feedbacks" da nossa arte. Precisamos organizar as ideias e planejarmos o calendário dos trabalhos.


Planejando e focando sua carreira


Primeira etapa é desenvolver um bom material visual. O visual é um grande passo para o caminho da divulgação do seu trabalho. Um bom livro exige uma boa capa, a primeira impressão é sempre visual, portanto é essencial que seu material visual seja legal e atraia. Segunda etapa precisamos de um CD, ou pelo menos um single (no caso de ser uma banda, ou um cantor ou cantora), que é o seu cartão de visitas. tem que ter algo a mostrar. Hoje tirando o repertório, que já foi falado em um post anterior, se o artista decide gravar um CD inteiro, tente fazer uma gravação ao vivo em estúdio, com a banda inteira tocando junta mas com as pistas separadas para facilitar na hora da mixagem. Isso vai baratear bastante esse primeiro trabalho sem perder qualidade, além de que forçar que a banda esteja bem ensaiada e "redonda". A terceira etapa é identificar aonde esta o seu público. Hoje, a internet nos deu todas as ferramentas que se pensarmos em 10 ou 15 anos atrás não teríamos nada parecido! Temos uma vitrine online de conteúdo. Os públicos de todas as vertentes organizam-se nas redes sociais através de comunidades e fóruns sobre os mais diversos assuntos. Temos uma super videoteca online com Youtube, aonde podemos fazer um trabalho de audiovisual que hoje em dia é essencial. Temos um Myspace que apesar de ser uma rede social em queda, é ainda onde temos todas as ferramentas necessárias para criarmos uma espécie de "site" para o nosso grupo, e que por ser uma rede social nos ligará naturalmente a outras bandas e pessoas que curtem estilos como o nosso, com isso aumentando nossa possibilidade de nos mostrar e de interagir diretamente com essas pessoas. Temos o Facebook, Orkut, Twitter que usados com direcionamento correto são de grande valia para a divulgação e interação com as pessoas sobre o nosso trabalho. É importante que todo esse planejamento esteja interligado nessas redes sociais. Reunir seu discurso e sempre pensar em trabalhar tendo a comunicação como uma estrada de duas vias, porque o principal fator de sucesso de um artista nas redes sociais é a interação. É a melhor forma de aproveitar e interagir desde o momento quando você ainda esta começando a divulgar seu trabalho até o dia em que o sucesso chegar.



A Importância das Redes Sociais!

É com isso que você começa a criar sua oportunidade. Essas ferramentas vão te ajudar a divulgar o seu trabalho com foco no seu público alvo. Faça uma pesquisa, encontre as principais comunidades, perfis, sites e blogs que sejam direcionados ao público da sua música. Planeje uma campanha teaser para causar curiosidade. Insira suas redes sociais nessas comunidades e comece a divulgar o lançamento do seu trabalho. Comece a criar expectativa nas pessoas sobre o que você vai fazer e vai lançar, mas sempre pense com foco, ele é muito importante principalmente no começo ja que você não terá uma grande equipe nem condições de atingir todo o público de uma só vez. Quanto maior o público que você quer atingir mais trabalho e investimento de tempo e dinheiro que você vai ter de desprender. Crie sua oportunidade, observe e seja pró-ativo. O milagre nem sempre cai do céu, mas o verdadeiro milagre é a força e a inteligência que o céu nos dar para mudarmos nossa história! Valeu e sempre saibam que o mais importante desse blog são vocês que dão sua opinião e me ajudam a continuar esse trabalho! Abraços a todos!!


Interação: O segredo do sucesso!!

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Parabéns para nós pelo nosso primeiro mês de vida!!

Gostaria de escrever esse pequeno post em agradecimento a todos que até agora apoiaram e participaram direta ou indiretamente do trabalho desenvolvido nesse blog. Simplesmente feito com o carinho e a pretensão de ajudar as muitas pessoas que sonham em viver da música, e que eu como muitos, conheci as dificuldades, mas principalmente a satisfação de viver daquilo que se ama, e quem vive de arte é porque ama aquilo que faz.

Quero ajudar aos meus amigos artistas e aqueles que tem vontade de inveredar-se por esse caminho, chamar atenção para as nuances que existem e que no final fazem a diferença entre os que desistem e aqueles que chegam ao êxito! Espero poder aqui sempre ajudar e principalmente aprender com cada um de vocês que me dão a honra de dividir seus conhecimentos e opiniões para chegarmos a um resultado final de crescimento mútuo.

Um grande abraço a todos e parabéns a nós por esse primeiro mês de vida!

Thiago Amorim


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"Tom Jobim é tão popular quanto Mozart!" - Até aonde a grande mídia manipula o gosto musical de uma sociedade?

"Tom Jobim é tão popular quanto Beethoven, Mozart e Rachmaninoff!" É com essa afirmação que escutei de um grande ex-professor meu, o Silvio Ferraz, no qual pessoalmente sou um grande fã, que começo esse post. É interessante falarmos um pouco das questões que geram muita polêmica dentro do meio musical. A questão de que a grande mídia "manipula" o mercado do showbusiness. Existem algumas questões que temos que levar em conta para afirmarmos algo: Não vamos negar que existe um mercado, onde existem grandes investidores, muito dinheiro e interesses. Não se pode negar que ter um grande capital e ótimos contatos pode fazer com que os caminhos sejam encurtados, claro, em qualquer ramo de negócio, porém que isso seja o motivo do sucesso, é uma grande mentira. Já vi muitas bandas surgirem com grandes investimentos, com contratos com grandes gravadoras, turnês com as maiores produtoras e nas melhores casas de shows, uma mídia de massa, presença em programas de TV de rede nacional, mas que foram grandes "furadas", não passaram de simples projetos que não tiveram continuidade porque simplesmente não agradaram, não caíram nas "graças" do grande público. Porva que o dinheiro não é o fator principal.

Popular ou Erudito??

Outra polêmica que é muito comentada e cabe uma boa discussão é que a boa música não faz sucesso. Que as grandes "besteiras" musicais são as que estão fadadas ao sucesso. Bom, não adianta colocarmos a culpa nas grandes mídias. Todo esse sistema é uma bola de neve. Grandes midias tem grande parte dos seus lucros em propagandas (o "jabar" pago pelas bandas, que existe, é ínfimo em relação aos ganhos com publicidade). Cobra mais quem tem maior audiência, é a contrapartida na hora de dar o preço por sua mídia (uma propaganda em horário nobre na globo é bem mais cara do que na Record, no mesmo horário). E para se ter uma audiência, você precisa passar o que as pessoas querem ver, por isso tudo é uma bola de neve. Tudo é um ciclo e se você expõe o que o público não quer ver, você perde audiência, por isso temos que nos perguntar até aonde vai essa grande influência? É uma questão mais cultural ou de educação? Será que em países considerados desenvolvidos existe a famosa música "besterol" ou é só aqui no nosso país? Duvido muito! Podemos culpar a falta de uma política educativa musical e o acesso primário a outros tipos de música, porém será que em um país como a Alemanha onde isso vem do berço só se faz boa música? Não creio, acho que é algo muito mais cultural e que existe a música para entreter e a música para namorar, ou seja há espaço em todos os momentos para cada manifestação cultural e musical e que classificar uma música de boa ou ruim é algo injusto.

Culpadas? Inocentes? Até aonde vai o poder da mídia sobre a música?

O que não se pode negar, é que hoje como em todos os outros meios, a música tornou-se em muitas vertentes descartável. Não creio que seja pela qualidade, mas acho que com a facilidade do acesso e o grande consumo que se faz de um mesmo "single", o tempo que vai do lançamento a maturidade, não passa de 3 meses. Vemos que a renovação é muito rápida da mesma forma que o acesso hoje é muito mais fácil e a exposição é cada vez maior. Isso cria um ciclo muito mais propício aos "meteoros" de sucesso que vemos surgir todos os momentos. Pela internet, as pessoas procuram e elegem seus novos ídolos. Hits nascem todos os dias invadindo de forma astronômica os meios de comunicação de massa, e é isso que chamo de sucesso autêntico já que, não tenho conhecimento de como as mídias sociais possam ser manipuladas, simplesmente aquilo que se destaca realmente é por vontade da maioria. É o poder do "povo". Temos ai vários grupos que não estão na grande mídia, mas conquistaram seu público fiel e lotam os lugares por onde passam, um grande exemplo é o Teatro Mágico (http://oteatromagico.mus.br/), e que se desenvolveram e passaram a serem conhecidos dentro das redes sociais tornando-se um fenômeno dentro do seu nicho de mercado. Sucessos que surgiram na rede como "Vou não quero não minha mulher não deixa não" que nasceu de um clip de amigos dentro dou Youtube. Não estamos aqui para julgar, mas não podemos negar que foi um sucesso de um cara que a 9 anos tocava em um bar pequeno e simples acompanhado do seu próprio teclado. Sorte? Acaso? Isso não sabemos mas foi resultado da vontade popular!


O Teatro mágico e Reginho - Produtos que alcançaram o sucesso pela Internet

Então músicos e artistas de plantão, tomemos atitudes mais pró-ativas. Vamos aproveitar o nosso tempo e planejarmos a melhor forma de divulgarmos nossa arte. Ninguém cria algo para si próprio. Sempre procuramos ser reconhecidos por aquilo que fazemos e nada mais gratificante que vivermos da nossa arte. Vamos aproveitar os acessos e facilidades que hoje temos com as redes sociais para divulgarmos nossos trabalhos, a tecnologia ao nosso alcance tornando a gravação de um CD possível a todos, dispensando grandes investimentos em um bom estúdio em um primeiro trabalho, e principalmente, vamos criar nossas próprias oportunidades sem esperar que a "GRANDE CHANCE" seja um fator externo, decididamente não é. A grande chance somos nós que fazemos.

Para finalizar um comentário sobre a afirmativa que comecei meu post. "Tom Jobim é tão popular quanto Beethoven, Mozart e Rachmaninoff". Sempre refleti muito nessa afirmação que o Silvio fazia nas aulas. Hoje eu a entendo da minha forma. O mercado transforma-se todo o tempo. O que é hoje não é amanhã, e temos que acompanhar e nos inserir nessas transformações. Mozart fazia a música popular para a sua época, eram as músicas tocadas nas tavernas e nos palácios do século XVIII. Hoje sua música é classificada como erudita. Tom Jobim passou pelo mesmo processo e hoje invertendo a frase posso afirmar que ele é tão erudito quanto Mozart, da mesma forma sua música se eternizou com o tempo e ele possui seu próprio espaço na história da música brasileira e mundial, porém não esta presente como uma realidade atual na grande mídia e nos comentários das pessoas. A verdadeira música popular é aquela que reflete o atual momento em que a sociedade encontra-se. É o que é popular, é o som que se escuta nos carros, nas favelas até o bairro nobre. A música popular como o proprio nome diz é a música do povo, e o povo toca e canta o que reflete o seu momento. Mozart e Tom Jobim, foram frutos da sua época, da sociedade em que viviam. Mas a sociedade muda, as pessoas mudam e a música que é o reflexo dessa sociedade modifica-se junto com a mesma. Abraços e obrigado a todos. Deixem seus comentários pois, como sempre digo, são o real motivo desse blog!!

Atemporal? Produto do seu meio? Ou simplesmente Gênio?

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Dicas de como escolher e montar o Repertório

O Ideias de Garagem surgiu de uma necessidade de disponibilizar o conhecimento adquirido com observação e experiência que obtive até hoje no meu trabalho. Até hoje não encontrei um material direcionado a esse público que tivesse um conteúdo simples e ao mesmo tempo aplicável de forma direta a projetos na área da música que surgem todos os dias no mundo inteiro. Quem não conhece alguém que nunca fez parte de uma banda ou sonhou em ter uma? Além do mais, montar uma banda não se diferencia tanto de montar um negócio, existem as mesmas nuâncias, como também existem algumas peculiaridades, porque afinal de contas vendemos o lúdico, vendemos algo que não é palpável e as vezes dificil de ser medido. Ter essa consciência já faz com que saiamos na frente.

Procurei até agora nas postagens seguir uma cronologia desde a ideia de montar um grupo até agora aonde falamos no último post sobre a importância da marca de uma banda como também a visão sobre as tendências e mudanças que o mercado vem sofrendo. Hoje vamos falar de um assunto bem controverso, o repertório. Montar um repertório para uma banda também é uma arte. Não só monta-lo, mas saber a hora de muda-lo e para onde muda-lo. A medida que o tempo passa e a banda ganha notoriedade vamos tendo mais liberdade de lançarmos nosso trabalho autoral, e o repertório vai ganhando mais a nossa identidade, mas para isso, precisamos saber a hora certa.


A banda esta criada, temos que montar o primeiro repertório. Normalmente um repertório é dividido por blocos e eles são organizados afim de criar os diversos momentos do show. Portanto, temos que antes de monta-lo sempre pensarmos no público e nas reações que vamos criar com cada música. Outro fator importante é sabermos que nem em uma micareta, o publico "pula" 100% do tempo, e que o antagonismo entre o lento e o rápido é necessário, pois as pessoas trabalham no comparativo e que para haver um momento de impacto é preciso um momento lento e virse-versa.

Para exemplificar bem, vamos imaginar 3 situações para a escolha das músicas de um repertório. Apesar de não ser uma ciência exata, para uma banda completamente desconhecida que esta começando, o repertório tem de conter 80% de músicas "FMs" e 20% autorais. Músicas "FMs" são as que estão fazendo sucesso na atualidade. É importante conhecer a fundo o seu mercado, as músicas da atualidade, os top 10 das principais rádios. Uma dica importante é procurar nos sites das principais rádios do país as musicas top 10 do seu estilo e também conhecer as rádios do perfil do seu público. Saber posicionar as musicas autorais dentro dos blocos é de essencial importância pois uma música conhecida pode matar o efeito de uma autoral, o público sente a diferença. Nunca nessa fase, use uma música autoral para abrir um show ou entre duas fortes demais. Prefira lança-las abrindo blocos ou entre músicas que ainda estão em processo de reconhecimento. Sempre dê uma parada no show e chame atenção do público para a sua música, que é da banda e é muito importante que o as pessoas te ouçam nesse momento. Se for uma música que contenha uma coreografia, pare e ensine para as pessoas, ai sim você cria um envolvimento naquele momento.



A segunda situação è quando a banda já possui alguns fãs. Vocês já tem uma projeção estadual, já tem pelo menos uma música conhecida do grande público e já não está mais no anonimato. Seria músicas 50% "FMs" e 50% autoral, mesmo porque suas músicas autorais confundem-se  com as suas próprias musicas que já são conhecidas, com isso você não estaria trabalhando com 50% de músicas completamente desconhecidas. É importante saber que o repertório se renova, sempre atualize-se e se recicle. Aposte também em musicas que você ache que venham a ser sucesso, regionalmente falando elas podem tornar-se conhecidas por vocês.

A última situação é quando você realmente está em uma situação relativamente confortável. O seu sucesso já é regional, as pessoas reconhecem pelo menos de 4 a 5 músicas que são da sua banda e você já esta partindo para um terceiro trabalho. Agora está no momento em quem as pessoas te reconhecem pela sua identidade. Nesse momento podemos pensar em uma porcentagem de 40% "FMs" e 60% de músicas autorais. Nessa fase as músicas "FMs" que entram no seu repertório ou são músicas pensadas para criar momentos no show, ou que realmente estão em alta, e não dar pra deixar de tocar nos shows, pode-se fazer nesse momento releituras das mesmas.


Pense no seu show como uma parábola. Imagine um repertório com 5 blocos com 5 músicas cada o que lhe dar 25 músicas e 1:30h a 1:40h de show. O primeiro bloco tem que ser impactante. Principalmente as 3 primeiras músicas tem que mostrar todo o potencial da banda e surpreender. Falo isso, porque desde os empresários do meio até o público quando entram em contato com uma banda seja pelo CD ou no show, o início é o que marca. Além de que, você imagina um empresário que recebe o teu CD. Normalmente é uma pessoa ocupada, que recebe todos os dias muitos materiais para analisar e não vai ter tempo hábil para sentar e escutar todo o seu CD, por isso surpreenda nas três primeiras músicas. É provado que as pessoas geralmente lembram-se do começo e do final do show, pois normalmente são os momentos em que elas param pra prestar atenção. É quando o artista entra no palco e quando se despede. Por isso, o primeiro e o ultimo bloco tem que ser "elétricos" e impactantes. O segundo bloco normalmente é a preparação para o terceiro bloco calmo e romântico. Como ele é uma preparação, as músicas tem que pairar entre esses dois extremos. Como já dito o terceiro bloco é a hora do romantismo, das declarações de amor. Uma luz mais fria e musicas tranqüilas criam o ambiente "for love". É a parte intimista que cede lugar a um quarto bloco que como o segundo ainda paira entre os dois extremos, pois não vamos "entregar o jogo" antes da hora, afinal o "grand finale" esta por vir. Finalmente vem o quinto e último bloco para encerrar em grande estilo deixando para o público a mensagem de que algo de sucesso está ali!

Para finalizar o post é sempre muito importante o artista tentar mostrar "o que é" desde o começo. É mostrar que estilo é o seu, é integrar-se musicalmente ao mercado e mesmo que você não queira rotular-se, é importante ter uma linha bem definida para poder explicar qual o seu som. Como você explicaria para uma pessoa comum que tipo de som é o seu? Aonde você se enquadra? Paralelo a isso, você tem que descobrir "quem é você?". É ai aonde mesmo dentro das músicas covers, você mostrar sua identidade musical, ter sua "pitada" dentro da leitura musical mesmo nas consagradas, é ai aonde você vai encontrar-se e mostrar-se como um verdadeiro artista.


Comentem e saibam que o mais importante disso tudo são vocês!!!

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Escolhendo sua Marca

Estamos preparados para começar. Já nos demos conta de que uma banda é uma empresa como qualquer outra. Temos a arte como um produto nas mãos, temos um setor comercial e de planejamento que muitas vezes concentra-se na figura do empresário assim como temos os setores de comunicação, marketing, gerência, logística enfim, todos os setores que uma empresa exige para ter um funcionamento salutar, a banda também necessita. Falaremos sobre cada um desses setores em posts futuros, afinal estamos começando uma banda, não temos capital, muito menos uma grande equipe, simplesmente uma banda que quer tocar e um ideal.

Temos duas etapas básicas no começo. A escolha do nome e o conteúdo do nosso produto. A escolha do nome, como todo projeto que decidimos fazer é primordial. É a síntese do que temos a oferecer, o nosso cartão de visitas. É certo que o projeto chegando a um patamar de sucesso, o nome tornar-se subjugado ao seu produto e acaba virando independentemente de qual seja, uma marca de sucesso. Quando pensamos na criação de um projeto, a escolha do nome sempre remete a a singularidade do produto. Fazemos um estudo de mercado, observamos quais os nomes mais usados, procuramos escolher algo que passe uma mensagem e seja difícil de ser esquecido. Muitos artistas mudam seus proprios nomes para causar efeito. Se hoje oferecêssemos a dupla Mirosmar e Welson David, com certeza receberíamos olhares de dúvidas e até posso dizer desdém, mas quando falamos no nomes artístico dessa mesma dupla, o contexto muda. Zezé di Camargo e Luciano, uma marca conhecida e consolidada de artistas da música popular brasileira.  Um exemplo que costumo usar é a Ivete. Imagine-se hoje você pensando em um nome artístico, acho que Ivete não era um nome que cairia bem. Pare e pense, isole o nome Ivete, esqueça da diva da música popular brasileira. Pense simplesmente no nome. Seria o nome que você escolheria para sua carreira artística? Acho que não. Porém o poder do ídolo, a estrela se sobrepôs a simplicidade do nome, e hoje ninguém consegue pensar no nome Ivete sem criar uma ponte com uma marca de sucesso, uma artista de primeira grandeza, que pessoalmente hoje no Brasil, Ivete é o melhor exemplo de uma artista com visão empresarial. Como digo, ela sabe que vende (artisticamente falando) e se vende muito bem!

IVETE??

Muitos artistas para escolher seu nome, sua marca pela numerologia, ou trocadilhos com seu nome, ou até "americanizam" para chegar a um resultado, porém é razoável e de bom senso uma pesquisa de mercado primeiro. Observe quais os artistas que você se insere como produto, observe seus nomes, quais os padrões? Observe no seu público girias que gostam de falar, estilo, moda. Tudo isso conta na escolha de um nome, pois você pode até modificar layout de uma logomarca, mas o nome vai te seguir sempre. Procure algo que soe fácil e de memorização imediata, criar uma lembrança é sempre 50% quando está iniciando-se um trabalho.

Para tudo existe padrões. Eles são criados pelas mudanças de estilo, pelo que o mercado pede ou até por um modismo. Em termos de marcas independente do estilo, o "pop" começa a invadir os diferentes mercados. Cores, layouts, panos de fundos, tratamento de fotos e figurinos, hoje veêm misturando-se independente do estilo. Claro existem as nuâncias referentes em cada estilo porém o tratamento que vem dando-se muitas vezes se confunde. Hoje por exemplo difícil de ver um artista sertanejo de chapéu, bota e cinto com fivela grande.  Quanto as marcas, elas vem simplificando-se em termos de tamanho e os nomes se modificando dando lugar a "apelidos", tudo com o intuito de simplificar, facilitar a memorização e uma grande jogada de marketing aonde você torna o artista ainda mais proximo do seu fã, afinal só apelidamos carinhosamente quem conhecemos. Ivete Sangalo por exemplo me referi a ela em todo o texto somente como Ivete, e nem por isso vocês deixaram de visualizar a artista, pois hoje Ivete Sangalo é simplesmente Ivete.  Banda Eva agora é Eva. Exaltasamba está dando lugar ao Exalta, Araketu auto denomina-se Ara. Vem-se uma onda de miniaturização e simplificação dos nomes de tal forma que as próprias bandas adotam em sua nova identidade os novos "apelidos".




Outra tendência é a simbolismo. As marcas das bandas agora exploram a simplificação em símbolos, ou como os designers costumam chamar: A evolução da marca. Um símbolo que de cara remete ao artista, pode ter vários usos. Junto a fotos nas redes sociais criando campanhas virais, como o símbolo desenvolvido para o DVD da Ivete em Nova York e que foi feito um viral dentro do Twitter. O CL em formato de estrela criado para Claudia Leitte para o DVD em Copacabana. Uso em adesivos, grife de roupas do artista, acessórios e tudo que seja direcionado principalmente ao público A e B que são aversos a extravagâncias de fotos e nomes de artistas com grandes extensões, mas usariam um símbolo simples e moderno numa camisa, adesivando seu carro, etc.




A tendência vem ganhando o mercado e acho que não é um simples modismo. Essas formatações, a evolução da marca ja é uma tendência antiga para o meio publicitário, mas vem chegando muito forte ao mundo dos showbusiness nacional de algum tempo pra cá. Até as bandas de forró da nossa região vem aderindo a essa tendência, vejo dois exemplo claros nas mudanças das marcas da banda Aviões do Forró e Forró do Muído, bastante significativas e que vem seguindo bem de perto essa tendência. O Forró do Muído principalmente, acho que foi a marca que mais se modificou e modernizou-se, tenho uma preferência pessoal pelo resultado final da marca mais do que a trabalhada pelo Aviões do Forró.

Logo 1              Logo 2                  Logo 3

Com o resultado da modernização, hoje a banda Forró do Muído cria peças publicitárias usando apenas o "M" como símbolo criando assim uma referência ao produto:


Exemplo do uso do "M"como símbolo da logo Forró do Muído

É importante que nos atentemos para as tendências, as mudanças de mercado, as nomenclaturas mais usuais, pois a idéia envolvida na criação de um modelo desde a escolha do nome, da simbologia, dos diversos usos da marca nos insere em um contexto mercadológico, e se esses cuidados forem tomados desde o começo, já criamos um diferencial junto aos outros produtos. Afinal, a embalagem de um produto  é a primeira grande experiência do consumidor! Espero que tenham gostado, deixem suas críticas, idéias de posts e comentários, é o mais importante de um blog, ouvir e aprender com o leitor. Abraços!!







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A importância do Artista com pensamento de Empresário

Decidimos montar a banda e agora? Começam as batalhas e as primeiras decisões difíceis. Partindo do pré-suposto que já escolhemos que "som" vamos seguir, um conselho essencial: Não comece nenhum trabalho ou nenhum projeto pensando no dinheiro como prioridade, tenha paixão e faça daquilo a sua verdade. Qualquer arte, ou melhor qualquer projeto que não exista paixão, está fadado ao fracasso por si só. Claro que ninguém vai começar nada sem uma contrapartida e que o dinheiro é importante, mas temos que focar na qualidade do trabalho que os resultados financeiros com certeza serão consequência.

Esse primeiro assunto que vamos adentrar é um pouco controverso. Artista X Empresário. Posso dizer com toda certeza que grande parte do sucesso, encontra-se no equilíbrio entre esses dois setores. Muitas vezes para o artista é complicado escutar que sua arte é um produto, seu público é o mercado e principalmente as críticas em relação ao seu trabalho, mas é fundamental que o mesmo encontre o ponto de equilíbrio entre o "pensar artístico" e o lado comercial. Entendam, não estou dizendo que o artista além de ser o criador da arte tem de ser seu próprio empresário, são duas funções distintas e que tem de ser exercida por pessoas com perfis completamente diferentes mas, ter esse olhar sobre sua propria arte, facilita o mesmo a entender as muitas decisões comerciais em volta de si e muito mais do que isso, questionar e saber opinar, de forma inteligente, junto as decisões empresariais da sua carreira.





A forma mais simples de ter essa ótica diferenciada sobre a carreira é realmente enxergar sua banda ou qualquer que seja sua forma de expressão artísitica como uma empresa. E como uma empresa precisa-se de investimentos, capital de giro, estratégia de marketing e divulgação, conceito da marca e do produto, estratégia comercial, parceiros, uma assessoria de comunicação, e principalmente PLANEJAMENTO. O planejamento é que vai fazer com que seus investimentos sejam bem dirigidos e focados além de se minimizar todo e qualquer tipo de risco. Olhem que falei minimizar e não anular, mesmo porque, qualquer negócio que você decida iniciar possui seus riscos.





O que quero dizer contudo, é que cada passo que formos dar tem que ser planejado para que as surpresas que nos apareçam sejam as boas e que não sejamos pegos no meio do caminho com problemas que nos levem ao término dos nossos planos. Também como ex-músico e que hoje estar do outro lado do "negócio", vejo muitos artistas que só expressam duras críticas ao mercado, falam mal de empresários, meios de comunicação e muitas vezes ficam presos na sua própria arte numa inércia que os condenam ao esquecimento, ou a tomarem essa postura de desagrado perante a realidade. Vou falar em posts futuros sobre cada ponto que devemos planejar e medir na "empresa-banda" pois sei que no começo o artista tem que fazer o papel de empresário, produtor, divulgador, investidor, o que não é fácil, mas aqui vamos dar dicas que te ajudem nesse começo e principalmente em tomar essas primeiras decisões.





O que essa foto tem haver com nosso post? É uma proposta para reflexão. Essa foto foi tirada ontem de um encontro entre o presidente americano Obama e vários CEOs (presidentes de grandes corporações e empresas). Todos eles são presidentes de "Startups" que deram certo. E por definição uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. E o que é uma banda? É uma startup!! Uma banda pode revolucionar um mercado, um país, uma geração assim como essas empresas. Uma música, uma proposta diferenciada, uma boa ideia pode muda a realidade das pessoas. Na foto simplesmente estão Steve Jobs, CEO da Apple Marck Zuckerberg, do Facebook, Carol Bartz, do Yahoo, Dick Costolo, do Twitter, Larry Ellison, cofundador da Oracle, Eric Schmidt, do Google, John Chambers, da Cisco Systems, entre outros. Todas empresas que surgiram em um pequeno escritório de trabalho, ou em um quarto de faculdade, na garagem da casa dos pais, em nenhum lugar ou em nenhuma circunstância considerada anormal, nem com investimentos iniciais astronômicos. Simplesmente obra de talento, muito trabalho, uma pitada de sorte mais principalmente uma boa ideia!! Pensem nisso!!

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